Ganhadores

5 conselhos de Esther Samper para jornalistas interessados em temas de saúde
As inscrições ao Prêmio Roche 2018 estarão abertas até o dia 4 de abril. Na sexta versão do prêmio poderão ser inscritos trabalhos publicados ao longo de 2017 nas categorias Rádio e Internet. Conheça as regras do concurso clicando aqui.
Os trabalhos finalistas serão selecionados por jornalistas científicos. Durante a etapa de julgamento dos mesmos, também haverá a participação de um assessor médico, responsável por velar pela correta aplicação de conceitos e bases científicos em cada trabalho avaliado.
Entrevistamos Esther Samper, assessora médica na primeira versão do Prêmio Roche e que nos dará conselhos e dicas para usar no periodismo em saúde.
1. Não se deve informar apenas por informar
“Os jornalistas especializados em saúde devem ser conscientes de que têm uma responsabilidade adicional em relação aos jornalistas de outros de temas. Um bom exercício de jornalismo sanitário não apenas se informa sobre a verdade, mas também contribui para a saúde pública da população. Como? Aumentando a cultura sanitária dos leitores ou ouvintes, explicando a eles quando ir a uma emergência, quais medidas se devem tomar para evitar o câncer de pele, porquê são importantes as vacinas.”
2. A veracidade é tudo
É totalmente imprescindível estar seguro de que o que se publica está certo e se a informação foi contrastada previamente. Há muita informação sobre saúde por aí e o essencial é distinguir o que é fiável do que não é e, para isso, a princípio, é necessário perguntar de maneira frequente aos colegas mais experientes no tema e aos profissionais sanitários.
3. Deve haver sempre uma base científica
“Sempre que possível, e se se possui conhecimentos, há que procurar as fontes primárias da informação sanitária (estudos clínicos ou em animais) para comprovar que atrás de uma notícia realmente haja uma base científica. No entanto, esses estudos frequentemente são de difícil acesso, com resultados com alcances limitados, ou de difícil compreensão. Nesses casos, então, deve-se recorrer a especialistas reconhecidos pela comunidade de saúde em sua especialidade para que expliquem de forma acessível o que dizem os resultados encontrados nesses estudos.”
4. Não cair nos erros comuns das histórias sobre saúde
“Em geral se peca por excesso de otimismo nas notícias sobre tratamentos experimentais. Por exemplo, é muito frequente que estudos que só foram testados em animais sejam considerados como promissores, quando a realidade indica que a ampla maioria desses tratamentos não chegam a ser úteis em humanos. Outro erro muito frequente é tratar os medicamentos alternativos sem senso crítico, como se a reportagem ou notícia fosse uma publicidade ou um artigo de opinião. A medicina é sobretudo uma ciência e as opiniões devem ser levadas em conta sempre que houver evidencias científicas sólidas sobre determinado tema.”
5. Não é obrigatório ser um especialista, mas é necessário consultá-los
Para se ter uma ideia inicial sobre determinado tema a ser publicado, sites confiáveis de saúde como Medline ou WebMD são boas ferramentas para conseguir informação sanitária rigorosa de maneira rápida. Depois disso, é obrigatório falar com vários médicos especialistas uma vez que não haja entendimento suficiente dos estudos de biomedicina consultados. Isso é importante não apenas para que nos asseguremos de que o conteúdo consultado é cientificamente correto, mas também para obter diversos enfoques a respeito do mesmo.