Ganhadores

6 dicas essenciais para cobrir temas de saúde pelos vencedores do Prêmio Roche
O Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde é uma iniciativa de Roche com a Secretaria Técnica da FNPI – Fundación Gabriel García Marquéz para el Nuevo Periodismo Iberoamericano que tem como objetivo reconhecer a excelência e estimular a cobertura jornalística de qualidade sobre temas de saúde na América Latina. As inscrições para o prêmio estão abertas até o dia 4 de abril. Conheça as regras do concurso.
Falamos com os jornalistas Airam Fernández, vencedora do Prêmio Roche na categoria Internet em 2014 e com o brasileiro Vinicius Sassine, vencedor do Prêmio Roche em 2017 na categoria Jornalismo Escrito. Abaixo, eles dão dicas essenciais para a cobertura de temas ligados à saúde.
1. Ir além da denúncia. Airam Fernández conta que é comum publicar as denúncias dos pacientes que não são atendidos, ou as denúncias sobre escassez de insumos e medicamentos em alguns países. Não é tão fácil convencer os editores dos grandes meios – sobretudo dos mais tradicionais – a darem mais espaço a materiais com foco na investigação em vez da publicação de notícias com denúncias de pacientes ou declarações de funcionários públicos. No entanto, é parte do nosso trabalho mudar essa tendência.
2. Estabelecer uma conexão com os leitores. Vinicius Sassine recomenda que os assuntos tratados tenham a ver com a vida real, seja a dos leitores ou a de gente próxima a eles. Esse jornalismo tem que ser claro, de serviço ao leitor.
3. Usar elementos da investigação jornalística. Sassine acredita que ao aplicar esses elementos pode-se revelar o que muitas vezes as autoridades da área de saúde tentam esconder. Incluir o testemunho direto do paciente, dos familiares e do médico, por exemplo, pode ajudar a dar maior contraste à matéria em relação às declarações das fontes oficiais.
4. Recorrer a infográficos interativos para explicar temas complexos e enriquecer os textos. Para Fernández, é muito importante que o trabalho esteja disponível para todos os dispositivos: celular, tablete, laptops ou computadores.
5. Partir de um tema que seja valioso para a sociedade ou partir de perguntas que todos nos fazemos na vida diária é outro conselho de Fernández. Nisso, o Ney York Times nos dá uma aula. Eles desenvolveram trabalhos jornalísticos muito interessantes a partir de perguntas: “Quem realmente precisa de uma dieta livre de glúten?”, “Quanto peso uma pessoa deve perder para prevenir a diabetes?”, “Você é um carbólico? É possível deixar o vício”, são algumas reportagens com esse estilo.
6. Utilizar uma linguagem clara, que permita a qualquer pessoa que escute (no caso do rádio) a reportagem compreender os termos médicos, que em geral são muito complexos. Fernández conta que é comum que ao não trabalhar bem os conceitos – talvez por não dominar bem determinado tema- o repórter crie uma notícia com um foco muito técnico e, às vezes, entediante.