Colombianos destacados no Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde

Já são vários os colombianos cujos trabalhos jornalísticos foram reconhecidos ao longo das quatro edições do Prêmio Roche Jornalismo em Saúde, quer como vencedores em suas respectivas categorias quer como condecorados com uma menção honrosa pelo júri. (Lembre-se que até o dia 03 de abril você pode postular o seu trabalho no Prêmio Roche Jornalismo em Saúde nas categorias de Jornalismo Escrito e Televisão e Vídeo).

A maioria destes trabalhos vem de meios de comunicação públicos, incluindo meios universitários, e de realidades de cobertura tão diversas quanto excepcionais. Há também histórias que não limitam o seu desenvolvimento ao território colombiano, mas sim que são contadas em outras partes do continente latino-americano. A seguir, mencionamos quais os traços que esses jornalistas colombianos deixaram no Prêmio:

Federico Uribe (Televisão e Vídeo)

Em 2013, o ano em que concursaram trabalhos nas categorias de Jornalismo Escrito e Televisão e Vídeo, Federico Uribe, natural da Antióquia, foi escolhido como o vencedor por seu documentário denominado “Valiente Valentina” (emitido pela Telemedellín), que mostrou o drama que foi inspirado na história de uma menina com leucemia.

Em relação à “Valentina Valiente”, o júri disse o seguinte: “É uma história surpreendente, comovente e chocante. Conta-se a longa história de uma menina que luta para sobreviver da leucemia, tendo que lutar em batalhas significativas, tais como a de querer participar de uns Jogos Olímpicos sobre conhecimentos. A narrativa é bem cuidada e tira grande proveito da inteligência e da maturidade da protagonista. O trabalho feito com a câmera é excelente, bem como a sua edição. Ele tem um grande valor porque é bom do começo ao fim da história. Embora seja triste, é isso o que dá mais força ao trabalho. É importante salientar que essa história foi transmitida em um canal público de televisão e criou o desafio de usar o documentário como uma das linguagens mais comumente utilizada em reportagens jornalísticas. O acesso à personagem e o acompanhamento diário que se faz a ela envolve a discussão da questão do atendimento médico de qualidade, dos cuidados da família, do apoio do entorno, sem cair na literalidade. É uma imagem inspiradora que pode motivar os outros a enfrentarem a doença com mais otimismo. O júri recomenda a sua difusão”.

Uribe é um comunicador social, formado na Universidade da Antióquia, com mais de 15 anos de experiência no domínio do jornalismo audiovisual, na apresentação, na direção, na filmagem, no roteiro e na produção de programas de televisão e documentários.

Natalia Acevedo (Televisão e Vídeo)

Na edição do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde de 2013, o trabalho intitulado “Combatentes” (emitido pela Teleantióquia), de Natalia Acevedo, natural da Antióquia, foi premiado com uma menção honrosa por sua cobertura profunda e emotiva das batalhas travadas por mulheres contra o câncer de mama.

Em relação às “Combatentes”, o júri disse o seguinte: “Através de personagens próximas e de histórias comoventes muito bem selecionadas, se apresenta um relatório com excelente qualidade narrativa, servindo como inspiração para as mulheres que estão lutando e se resistindo ao câncer de mama. Deve ser reconhecido o esforço que faz um canal público de televisão para manter um espaço semanal dedicado a questões de saúde”.

Acevedo é uma jornalista formada na Universidade da Antióquia, com especialização em Comunicação Política da Universidade EAFIT, na cidade de Medellín. Ela já trabalhou em meios como a Rádio Súper, Todelar Teleantióquia e como correspondente da RCN em Medellín. Além disso, foi professora universitária. Há quase três anos, é codiretora do programa de jornalismo de pesquisa denominado “Infrarrojo” (Infravermelho em português), que é transmitido pela Teleantióquia.

Martha Amor, Fabián Cardoso, Rudy Negrete (Rádio)

Em 2016, o ano em que concursaram trabalhos nas categorias de Internet e Rádio, um grupo da UdeC Rádio, a estação de rádio da Universidade de Cartagena, formado por Martha Amor, Fabián Cardoso e Rudy Negrete, foi escolhido como vencedor pela sua reportagem de rádio intitulada “Vacinas, abandono e outros demônios”, na qual se conta a história das meninas do município Carmen de Bolívar, por terem desmaiado e sofrido sequelas físicas por causa de uma vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (VPH). Em relação a este trabalho, o júri disse o seguinte: “A história contada é interessante, especialmente porque é uma questão nova, atual, real, cheia de implicações políticas e que pertence à agenda pública, evidenciando a existência de um problema de saúde que o Governo aparentemente está deixando de lado. Na história aparecem muitos depoimentos importantes que contribuem para a compreensão destas histórias que foi declarada pelos agentes estatais como uma “sugestão coletiva”. No programa também se faz referência às consequências sociais do boato: em uma comunidade de 700 meninas que receberam a vacina, 40 delas afirmaram terem tido desmaios e outros distúrbios físicos.

O desenvolvimento jornalístico foi o correto, tem uma boa gestão explicativa, especialmente quando se trata de crenças sobrenaturais de um determinado setor social. É uma história na qual também se mostra a sensibilidade do jornalista. A edição do programa é muito original. A contribuição feita através da literatura, utilizando alguns trechos do livro “Do Amor e Outros Demônios”, de Gabriel García Márquez, foi realmente excelente. A música e os sons utilizados também foram apropriados. No trabalho se faz referência à questão do abandono quando se mostra como as comunidades que estão em aldeias remotas têm menos importância para o Governo, embora este seja um tema de saúde relevante “.

Angélica Barrera (Rádio)

Na edição do Prêmio Roche do Jornalismo em Saúde de 2016, o trabalho intitulado “Desnutrição, uma trapaça mortal para 50% das crianças na Colômbia” (transmitido pela F M RCN Rádio), da jornalista Angélica Barrera recebeu uma menção honrosa.Em relação a esta rádio reportagem, o júri disse o seguinte: “É um trabalho para rádio atraente, com um muito bom, forte e seguro trabalho do narrador, que comunica perfeitamente o fio da história. Tem uma vasta gama de fontes, os entrevistados dão ao trabalho um domínio técnico bem sucedido. É uma questão de alcance social pouco tratada até hoje”.

Barrera faz parte da Unidade de Pesquisa da F M RCN Rádio, é bolsista do mestrado em jornalismo da Universidade do Rosário, formada na Universidade Politécnica Grancolombiano, é radialista e produtora em meios audiovisuais.

Alejandro Millán (Internet)

Em 2016, na categoria Internet, o trabalho do colombiano Alejandro Millán, intitulado “O claustro Nieves Nieves” ou a comovente história da família de albinos que estão confinados no Porto Rico, foi reconhecido com uma menção honrosa. Estes foram os comentários do júri para esta reportagem da BBC Mundo:

“Os textos, vídeos e fotos constituem uma bela narrativa de um caso que, por sua vez, é a história particular de um grupo de indivíduos, um problema que têm várias pessoas com graus variados de albinismo, o que pressupõe a existência de um desafio científico. O autor da obra consegue transportar o leitor para o ambiente onde mora essa família. A maneira de contar a história mostra claramente este problema de saúde. É uma pequena, mas valiosa peça jornalística, cheia de imagens que trazem cores, cheiros e músicas. É um exemplo da recuperação de um formato jornalístico para a Internet, que é visto como o meio menos literário”.

Millán atualmente está trabalhando como jornalista multimídia na BBC Mundo, sediada em Londres. Começou no jornalismo com um projeto universitário de informação digital chamado “A Bola”; em 2006, ele começou a trabalhar no jornal El Colombiano de Medellín e, em 2011, se mudou para Los Ángeles, na Califórnia, onde trabalha com vários meios de comunicação, tais como El Espectador, El Mercurio, La Nacion e o jornal “Reforma de México”.

O Prêmio Roche

O Prêmio Roche Jornalismo em Saúde é uma iniciativa da Roche América Latina junto com a Secretaria Técnica da Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI, por suas siglas em espanhol), que visa reconhecer a excelência e incentivar a cobertura da mídia de qualidade em relação à questão da saúde na região (Veja as regras do concurso.).

Este ano, as categorias que receberão o prêmio serão: Jornalismo Escrito e Televisão e Vídeo. As inscrições estarão abertas até o próximo 03 de abril.